Vários campos de atuação

Antes de mais nada vamos lembrar que existem vários campos de atuação do psicólogo: Clínica (psicoterapia, análise ou popularmente: terapia), hospitalar, escolar, organizacional, esportiva, jurídica, marketing etc…

O psicólogo leva para cada um destes universos a compreensão ou ao menos a tentativa de compreensão, da subjetividade humana. É nossa missão contribuirmos para que a pessoa humana individualmente e em grupos, seja considerada em seus aspectos motivacionais, emocionais e mentais. É o olhar que vai além das aparências descobrindo talentos, limitações e motivações ocultas.

O psicólogo terapeuta

Ser psicólogo psicoterapeuta é uma maravilhosa oportunidade de estar continuamente me confrontando com meus limites e possibilidades de evolução. Nenhuma outra atividade profissional possibilita uma tão maravilhosa oportunidade de ser todos os dias, interpelado sobre qualidade de vida. As pessoas que me procuram sofrem com questões que de alguma maneira me tocam em alguma proporção, pois também sou um ser humano como eles. O objeto do trabalho não está fora (como na medicina, na engenharia, na arquitetura…), mas dentro de nós. Dentro de mim e dentro do outro à minha frente. Só conseguirei ajudar o outro na proporção que também enfrentar meus próprios desafios. Estar cego para minhas próprias questões implicará em estar também cego para as necessidades de quem me procura.

Estudo, supervisão e terapia do terpeuta

Esta arte tão profunda, significativa e desfiadora, requer de nós um investimento continuado em atualizações, supervisões, e no próprio processo evolutivo, implicando na própria terapia. Estamos apoiados neste tripé. Caso invistamos muito em estudar profundamente tantos maravilhosos conteúdos, acumulados em nossa literatura científica, mas negligenciemos os outros dois aspectos, podemos ficar cegos e os estudos não adiantarem de nada. Ao contrário, podemos até instrumentalizar os conteúdos submetendo-os à nossa própria neurose, levando a distorções desastrosas.

A terapia do terapeuta

O terapeuta portanto submete-e ao método que aplica. É o “primeiro cobaia” que valida a eficácia do trabalho. Sim, submeter-se a terapia é um imperativo à atuação como terapeuta. Este trabalho no qual acredito, funciona primeiro em mim mesmo. De alguma maneira podemos dizer: acompanharmos pessoas por caminhos evolutivos, por nós já percorridos. Ou ainda, numa visão mais significativa, alguém experiente em caminhar no inusitado, por caminhos desconhecidos, abertos a possibilidades, poderá acompanhar pessoas nesta aventura em acreditar que existe algo bem maior do que um quotidiano às vezes estreito e repetitivo.

A Supervisão

Mas também discutimos com mestres e colegas sobre questões que nos incomodam no trabalho. Aqui há algo muitíssimo interessante. Você sabe o que é um Ponto Cego? Quando dirigimos percebemos que existe um espaço não alcançado pelos retrovisores do carro. Então quando compartilho meu trabalho, em reuniões de supervisão, meus colegas veem ás vezes até com facilidade, o que o que eu não estou conseguindo perceber. Sendo pessoas diferentes naturalmente, muitas vezes temos pontos cegos diferentes. Ninguém de fato é melhor que ninguém, porém vemos, sentimos e vivemos a mesma realidade, de pontos de vista diferentes. Nestas ocasiões há um profundo respeito pelas pessoas sendo o bem delas, o único objetivo da supervisão. Portanto faz-se de maneira que a pessoa estudada não seja absolutamente identificada.

O Estudo

Estudamos muito e estudamos sempre. Não re-inventamos a roda mas apoiamos nossa compreensão e atuação no imenso arsenal de estudos e pesquisas de muitos anos. Eu por exemplo, sendo também um analista psico-corporal preciso conhecer psicanálise com Freud e os pós-freudianos. Também a vasta literatura de Wilhelm Reich. Sendo Analista Bioenergético, a literatura do Alexader Lowen. O mesmo com a constelação familiar a Análise transacional, e assim por diante.

Terapeuta, um profissional liberal

O terapeuta na maioria das vezes é um profissional liberal, um profissional autônomo. Portanto um gestor do próprio negócio. Isso comporta aspectos administrativos bem diferentes dos funcionários ou empregados de instituições ou empresas, onde os departamentos de pessoal administram: férias, aposentadorias, licenças por questões de saúde etc…

Concluindo

Quero concluir estimulando jovens a esta maravilhosa profissão que contribui para a humanização e harmonização de nosso pequeno planeta. Sendo menos adoecidos seremos mais solidários, amorosos, cooperativos e pacíficos. Ao mesmo tempo seremos mais autônomos e conscientes. O desafio e a coragem começam em nós. Não se trata de um estudo ou uma formação apenas mas de uma verdadeira aventura…

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